quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

"Um Dicionário Mágico", Barata

. . . para a minha flor mais preciosa,
que me ensinou a acentuar palavras com a minhoca EGA. . .
(. . .) «Nesse dia, Clarinha não fez muitas perguntas porque achava que já sabia o que era coleccionar, o que era ser músico e tocar piano. . . Clarinha só tinha uma pergunta a fazer, aquela que é a pergunta mais importante da vida. Essa pergunta não se faz muitas vezes, mas é importante que a façamos, de vez em quando, às pessoas de quem gostamos. Essa pergunta é simples: não tem muitos adjectivos, nem muitas frases complicadas. É simples, tem duas palavras apenas e um ponto de interrogação:


- É FELIZ?


O coleccionador-pianista respondeu:


- SOU.


E a história continua (. . .)


Uma flor disse:


- Clarinha, olha a variedade do mundo. Assim é uma colecção. . . Um museu é como um jardim ou um campo menso de papoilas, um girassol, duas margaridas, algumas túlipas, todos os frutos, sumos, sabores. . .


Clarinha sorriu e pensou:


- Então um museu pode ser uma praia. Que bom. . .um museu pode ter ondas e gaivotas nas suas paredes e até moinhos a girar se olharmos com amor cada quadro, cada história aí contada» (. . .)




Gilda Nunes Barata, "Um Dicionário Mágico" (texto com supressões) in Revista Aprender a Olhar, nº 2, Ago./Set. 2002

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