. . . para a minha flor mais preciosa,
que me ensinou a acentuar palavras com a minhoca EGA. . .
(. . .) «Nesse dia, Clarinha não fez muitas perguntas porque achava que já sabia o que era coleccionar, o que era ser músico e tocar piano. . . Clarinha só tinha uma pergunta a fazer, aquela que é a pergunta mais importante da vida. Essa pergunta não se faz muitas vezes, mas é importante que a façamos, de vez em quando, às pessoas de quem gostamos. Essa pergunta é simples: não tem muitos adjectivos, nem muitas frases complicadas. É simples, tem duas palavras apenas e um ponto de interrogação:
- É FELIZ?
O coleccionador-pianista respondeu:
- SOU.
E a história continua (. . .)
Uma flor disse:
- Clarinha, olha a variedade do mundo. Assim é uma colecção. . . Um museu é como um jardim ou um campo menso de papoilas, um girassol, duas margaridas, algumas túlipas, todos os frutos, sumos, sabores. . .
Clarinha sorriu e pensou:
- Então um museu pode ser uma praia. Que bom. . .um museu pode ter ondas e gaivotas nas suas paredes e até moinhos a girar se olharmos com amor cada quadro, cada história aí contada» (. . .)
Gilda Nunes Barata, "Um Dicionário Mágico" (texto com supressões) in Revista Aprender a Olhar, nº 2, Ago./Set. 2002