sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A menina que calou o Mundo por 5 minutos

Príncipe saudita condenado a prisão perpétua por matar empregado

O príncipe Saud Abdulaziz bin Nasser al Saud, neto do rei saudita Abdullah, foi condenado a prisão perpétua, um dia depois de ter sido condenado pelo assassínio de um empregado, com quem teria relações sexuais, durante a sua estadia num hotel de luxo, em Londres.

A 15 de Fevereiro, a polícia encontrou Bandar Abdulaziz, de 32 anos, deitado numa cama com ferimentos na cara, lábios rasgados, dentes partidos e sinais de estrangulamento. Ontem, o tribunal de Old Bailey condenou o príncipe pelo seu assassinato.

Durante o julgamento, Bandar foi descrito como um “escravo” do príncipe saudita. Câmaras do circuito interno do Landmark Hotel, no centro da capital britânica, onde estavam hospedados para umas curtas férias, mostram Saud Abdulaziz bin Nasser al Saud a entrar no elevador seguido por Bandar Abdulaziz e a começar a espancá-lo, sem resistência. O príncipe sai por segundos e volta a entrar para desferir mais alguns murros.

A acusação argumentou que Bandar Abdulaziz foi morto no culminar de abusos sádicos. Saud Abdulaziz bin Nasser al Saud reconheceu as agressões, mas negou que tivesse assassinado o seu empregado.

Durante todo o julgamento, o príncipe garantiu que não é gay. Mas funcionários do hotel descreveram a relação entre empregado e patrão como “obviamente homossexual”, e há relatos de um massagista que foi chamado ao quarto do príncipe para massagens de cariz sexual. Dois acompanhantes, Pablo Silva e Louis Szikora, também testemunharam que tiveram relações sexuais com ele.

A homossexualidade paga-se com a morte na Arábia Saudita, e por isso o mais provável é que o príncipe, de 34 anos, cumpra a sua pena no Reino Unido. Segundo a imprensa britânica, o príncipe cumprirá uma pena mínima de 20 anos de prisão.



20.10.2010 - 11:20 Por PÚBLICO

sábado, 16 de outubro de 2010

V Festival TRAMA traz Justin Bond ao Ateneu

Slão Nobre. 16.10.2010. 23.30 horas. 


Justin Bond vai apresentar-se no Ateneu Comercial do Porto no âmbito da 5ª edição do TRAMA Festival de Artes Performativas, no próximo dia 16, a partir das 23.30 horas.

Justin Bond apresenta-se nesta edição do TRAMA na companhia do músico, compositor e produtor Lance Horne e dos músicos portugueses Eduardo Raon (harpa e guitarra), João Martins (saxofone), Jorge Queijo bateria), Pedro Gonçalves (contrabaixo). Justin Bond é uma das vozes mais distintas e reconhecidas da cena “queer” da downtown nova-iorquina, vencedor de vários prémios e tendo dedicado uma grande parte da sua carreira ao show de cabaret Kiki and Herb.
Os ingressos podem ser adquiridos junto da organização do Festival.
  
A 5ª edição do TRAMA Festival de Artes Performativas realiza-se de 14 a 17 de Outubro, de novo em vários espaços do Porto, numa iniciativa organizada pela Fundação de Serralves e o Brrr_Live Art, com a colaboração de vários parceiros da cidade. Serão apresentadas várias propostas em estreia nas áreas da música, teatro, dança, performance e ópera digital numa exploração das suas potencialidades performativas e experimentais. Informal e inflexível, a 5ª edição do TRAMA, e à semelhança dos anos anteriores, organiza-se num percurso pela cidade do Porto, congregando agentes e espaços culturais distintos e dialogando com os públicos em espaços institucionais e não-convencionais, interiores e exteriores.
MAS QUEM É JUSTIN BOND
Justin Bond é uma das vozes mais distintas e reconhecidas da cena ‘queer’ da downtown nova-iorquina. Cantor, escritor de canções e performer, Bond foi recentemente descrito como “um lingote de ouro da nova depressão” por Hilton Als no New Yorker. Vencedor dos prémios Obie, Bessie e Ethyl Eichelberger, e nomeado para um prémio Tony, dedicou uma grande parte da sua carreira ao show de cabaret “Kiki and Herb”, durante mais de uma década.

O duo Kiki and Herb surgiu em 1992 na Castro Street, interpretando o casal de um pianista octagenário (Kenny Mellman), acompanhante da velha e decadente diva de cabaret Kiki (Justin Bond). Os espectáculos consistiam em reinterpretações de canções conhecidas e monólogos em que a tónica rapidamente passava da crónica pessoal e trágico-humorística, aos comentários políticos acutilantes e à abordagem a temas taboo de forma ousada e provocatória. Este cabaret de espírito punk de Kiki and Herb viria a ver o sucesso reflectido numa carreira que passou pela Broadway, Royal Albert Hall, Carnegie Hall, Knitting Factory, Soho Theatre de Londres e pelo próprio Auditório de Serralves, entre muitos outros.
Em 2007, Bond estreou Justin Bond is Close To You, uma reinterpretação do clássico álbum dos Carpenters Close To You, apresentado como parte da série Joe’s Pub in the Park no Central Park e depois na Opera House de Sidney na Australia.
Justin Bond decidiu recentemente abandonar a personagem Kiki para se dedicar à criação das suas próprias canções.
Durante os seus estudos no programa de M.A. em Cenografia na Central St. Martins College of Art and Design de Londres, após ter contacto com as teorias e práticas de ‘world-making performance’ (em que o performer conceptualiza um ‘mundo’ personalizado no seu próprio corpo), Justin Bond percebeu que, com Kiki, havia criado um ‘mundo’ cheio de angústias, raiva e caos, que o absorvia há já muito tempo. Estava pronto para dar um novo passo, que se manifestou com a escrita das suas próprias canções, onde se integrariam o seu próprio ‘mundo’, o seu trabalho, a sua prática artística, e a relação com o mundo exterior e a sua comunidade.

Em 2008, foi aplaudido pela crítica com espectáculo Lustre estreado no PS122 na East Village de Nova Iorque, com uma tournée posterior pelo Reino Unido.
Em 2009, lançou o seu primeiro EP com músicas originais, Pink Slip, que decidiu começar a escrever na sua viagem até Short Mountain, no Tennessee, para o encontro de Radical Fairies (movimento gay iniciado nos anos 1970 de carácter indígena na medida em que a natureza gay aparece como central e fundadora da tradição, rejeitando qualquer imitação de padrões heterossexuais, numa redefinição da identidade ‘queer’ através da espiritualidade), movimento ao qual Bond está ligado.
É ainda um ‘Emcee’ regular da série de performances Weimar New York, apresentada em locais como o MoMA de São Francisco, The Spiegeltent e no Joe’s Pub apresentado no Public Theatre de Nova Iorque.
Muitos devem recordar-se ainda da sua prestação no filme de John Cameron Mitchell, Shortbus.

Entidade organizadora: Fundação de Serralves
Web: festivaltrama.com